Alguém descobriu?
Num mês em que simbolicamente se demarca o amor, o que poderá ser ele? Talvez as palavras não cheguem para esta reflexão. Ou o sentido do amor não caiba sequer na minha visão pessoal do mesmo. Mas nesta, a minha, tenho a dizer que o sentido do amor para mim hoje não é o sentido que lhe dava há uns anos atrás. Não sei sequer se o entendia realmente (e será que o conheço hoje?). Mas por isso, talvez, o amor esteja relacionado com o nosso próprio crescimento e amadurecimento, e ele nos permita encontrar um maior equilíbrio nessa vivência, quando a vida também nos ensina, com o passar dos anos a ser mais pacientes. Talvez o amor seja paciente. Paciente para aceitar as nossas várias emoções e as do outro. Talvez o amor seja diferente, de pessoa para pessoa e com as pessoas que amámos. Talvez amemos cada pessoa de forma diferente, por razões diferentes que nos permitem entender que cada ser é único e também , diferente. Perdoem-me a repetição. Talvez o amor implique essa abertura para apreciar o que cada pessoa tem de belo e menos belo aos nossos olhos, tornando-a nesse todo, um ser único.Talvez manifestemos o amor pelos outros de forma semelhante à que nos demonstraram a nós os nossos pais. Talvez o amor assente mesmo nessas primeiras relações da nossa vida que estabelecemos com eles. Talvez também o amor implique um libertar das nossas feridas, descobrindo em nós, sem o tentar, uma maior abertura a ele. Talvez o amor não seja mesmo possessivo, embora sim, porque não, querermos guardar para nós algo tão especial que possamos ter encontrado? Talvez o amor se torne, no entanto, uma mistura entre essa liberdade e respeito na relação com a outra pessoa e um apego saudável que nos permite ter vontade de demonstrar esse afecto e mantê-lo na nossa vida. Talvez exista amor também na amizade, na relação com os nossos animais de estimação ou na relação com aquilo que fazemos. E a natureza e o mundo que nos rodeia? Será que não há também amor quando o contemplamos? E talvez o amor se clarifique para nós quando deixamos de ver o que ele não é, mas sim quando procuramos aquilo que ele é. E talvez o amor, ainda precise de viver muito dentro de nós, para realmente o conhecermos.
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