Acredito em pessoas.
Na sua capacidade de nos surpreender e de se surpreenderem a si mesmas. De se encontrarem e desencontrarem. De percorrerem um caminho mais profundo, dentro , mesmo se for inicialmente desconfortável. Mas vão. E conhecem um pouco mais de si, das suas sombras e escuridão. Mas também das suas forças, virtudes e história. Acredito na capacidade de renascer a partir daí. E na possibilidade de nos relacionarmos com os outros com mais entrega, com outra e renovada abertura.
 
Acredito que são as relações, por vezes as primeiras da nossa vida, que nos marcam das formas mais profundas e inconscientes, e são também as relações nas quais somos cuidados, validados e compreendidos, que nos transformam e nos nutrem. A relação que se estabelece entre o terapeuta e o paciente é uma dessas relações. Porque o terapeuta deve ser aquele ouvido que verdadeiramente escuta, aquele olhar que está verdadeiramente presente, a postura de compreensão onde não há julgamento. Este é o mais profundo sentido da actuação de um psicólogo.